Sobre monstros, café e cigarro.

16:04 / Postado por Ricardo(Sano) / comentários (4)

Não acredito em amores perfeitos. Isso é apenas estratégia de marketing para novelas, filmes e livros.

O que eu quero mesmo é que você me odeie, mas me ame como ninguém.
Que minta pra mim, mas que me olhe nos olhos para dizer a verdade.
Que seja estúpido, mas que os seus carinhos sejam os melhores do mundo.
Que brigue comigo, mas me abrace e diga que não se importa.
Que me faça suspirar de amores e me faça urrar de prazer.
Que me abrace forte o suficiente pra que eu saiba que nada vai acontecer, mas me coloque na parede como se fosse me matar.
Que seja meu amante, mas que seja também meu melhor amigo.
Que seja responsável, mas que seja meu cúmplice nas horas de irresponsábilidade.
Que me irrite, mas que ao sorrir, eu me esqueça do porque eu me irritei.
Que conheça os meus defeitos e manias, mas que se divirta com eles.
Que seja o motivo de um boa noite, mas que também esteja ali pra ser o meu bom dia.
Que me faça sofrer, mas que também faça valer a pena.
Que seja inteligente, mas que brinque como uma criança faria.
Que fique emburrado, mas que saiba conversar para resolvermos os problemas.
Que me ame todos os dias como se aquele fosse o último, mesmo que seja o último dia só para nós dois.
Que mude o que achar que for necessário, mas que não deixe de ser você mesmo.
Enfim...
Quero que você seja o meu anjo, mas que não deixe nunca de ser o meu monstro.


"You've turned me into somebody loved..."

Sobre lembranças de cafés e cigarros.

17:05 / Postado por Ricardo(Sano) / comentários (1)

Ele acorda ouvindo as músicas mais animadas do mundo para que o seu dia comece bem. Toma o seu café, fuma o seu cigarro. Toma o seu banho demorado para despertar finalmente. O dia começa.
Não são dias quaisquer. Não mais.
São dias corridos. Agitados. Se pudesse, adicionaria mais umas quatro horas ,pelo menos, a cada um deles. Faculdade, treinos, ensaios, mais treinos, cursos, trabalho... Ele gosta assim. Não gosta de ficar parado. Gosta de não ter tempo para ficar pensando. Para ficar lembrando.
Lembrando...
Mesmo sem ter tempo, ele lembra.
Não que ele queira, mas quando vê, está ali parado, olhando fixo para nada. Ninguém o chama a atenção, então ali ele fica.
Está sempre com fones no ouvido e óculos de sol no rosto, não vê ninguém, não ouve também.
E pensa. Pensa não, lembra.
Lembra do que já teve. Do que perdeu.
Que amou e que foi amado. Não como naqueles contos de livros em que os amores são perfeitos. Eles se amavam como humanos, cheio de erros e brigas. Um amor imperfeito.
Imperfeito? Para quem?
Para eles talvez não fosse.

Mas hoje, não há mais esse amor. Não para ele. Sim dele, mas não para ele.
E no fim da tarde, em todos os fins de tarde, quando tem aqueles exatos trinta minutos entre um treino e um ensaio ele se pega sentado na sacada, olhando a vista da cidade, que ele nunca reparou, o vento do início da noite lhe cortando o rosto e afagando os cabelos, o café que ele tanto gosta, o cigarro de que ele sempre reclamava e o romance bobo que ele dizia cair perfeitamente nas suas mãos, como se fossem partes de um quadro que ele adorava.
Lembrando...

"Now I've seen, tonight, how I could waste my time and I'll be on my way, and I won't be
back
cos' I've seen, tonight, what I've been warned about your just a
boy, not a man, and I'm not coming back ."